Grupo Irmão Estêvão tem nome de santo cristão que também faz parte de obras espíritas de Chico Xavier
O Grupo Fraternidade Espírita Irmão Estêvão (GFEIE) completou, oficialmente, meio século de existência em março de 2023. O nome da Casa foi escolhido em homenagem a Estêvão, que dedicou sua vida à edificação da igreja cristã, aos ensinamentos e à difusão do cristianismo. Historicamente, ele é reconhecido como santo da Igreja Católica, o primeiro mártir do cristianismo e um dos sete primeiros diáconos da Igreja cristã. Viveu na época de Jesus, mas não o conheceu, embora tenha se tornado um dos primeiros seguidores dos apóstolos após o desencarne do messias. No Ato dos apóstolos, 6.8, Estevão é descrito como “espírito cheio de graça e de poder que operava prodígios e grande sinais entre o povo”.
A data de nascimento de Estêvão é desconhecida, mas sabe-se que ele era judeu de nascimento, oriundo da cidade de Corinto, província de Acaia, região dominada pelos romanos. Calcula-se que a morte dele tenha ocorrido entre os anos de 33 a 40 d.C., em Jerusalém, na Palestina. Fugitivo da lei por suas crenças cristãs, foi preso e sentenciado à morte, por apedrejamento, acusado por heresia e blasfêmia por pregar o cristianismo em uma época de perseguição aos cristãos.
Presente na sua execução estava Saulo de Tarso, romano imponente à época e conhecido como um dos principais perseguidores dos cristãos. A noiva de Saulo, Abigail, era irmã de Estêvão, mas Saulo não sabia, pois Estêvão era o nome adotado por Jeziel, quando se converteu do judaísmo ao cristianismo. Como Abigail desconhecia o paradeiro e o novo nome de Jeziel, somente o reconheceu no momento da execução, quando não havia mais tempo hábil para impedir a morte do irmão, que faleceu em seus braços.
Na ocasião, Saulo também não sabia que o pai de Abigail havia sido morto por suas crenças cristãs e que a noiva, embora ainda não fosse cristã, havia sido adotada e criada por uma outra família para fugir do mesmo destino de sua família. Quando soube que Abigail era irmã de Estêvão, Saulo rompeu o noivado, mas, sem conseguir esquecê-la, a procurou meses depois para a pedir em casamento. Muito doente, Abigail confessou a Paulo ter-se tornado cristã e que teria pouco tempo de vida, motivos pelos quais seria impossível se casar com ele. A morte de Abigail aumentou o ódio de Saulo pelos cristãos. Anos depois, o próprio Saulo também se converteu ao cristianismo, adotando o nome de Paulo de Tarso.
Livro Paulo e Estevão
O livro Paulo e Estêvão (1941), uma das mais importantes obras espíritas psicografas pelo médium Francisco Cândido Xavier, por meio do espírito Emmanuel, narra passagens da vida e da morte de Estêvão e, especialmente, a lição de fé dos primeiros cristãos após a morte de Jesus. A história principal do livro, no entanto, gira em torno de Paulo e como se converteu de fanático perseguidor dos seguidores de Jesus em um dos mais fervorosos divulgadores do cristianismo, sempre guiado pelos espíritos de Estêvão e de Abigail.
Embora a obra tenha como principal personagem Paulo, o espírito Emmanuel, na apresentação ao livro, escreve: “Sem Estêvão, não teríamos Paulo de Tarso. O grande mártir do Cristianismo nascente alcançou influência muito mais vasta na experiência paulina do que poderíamos imaginar tão-só pelos textos conhecidos nos estudos terrestres”.
Nossa história
O Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão – GFEIE, fundado nos anos de 1974/1975, fez parte da Organização Social e Cristã André Luiz – OSCAL, entidade que fundou no início dos anos 50, o chamado “Movimento da Fraternidade – MOFRA”.
O GFEIE originalmente foi criado como um Departamento de Apoio em Brasília, da obra assistencial principal da OSCAL, a chamada “Cidade da Fraternidade”, localizada numa área de 3.940ha, cerca de 30 km de distância de Alto Paraíso de Goiás.
Esta obra se constituía de lares família onde fraternistas (nome dado aos participantes do Mofra) iam morar com seus familiares e adotavam crianças órfãs (ou sem família), para serem educadas dentro dos princípios do Evangelho do Cristo.
Esta obra, durante os anos 1970/1980 (meados) chegou a abrigar cerca de 200 crianças em lares família. Mas, por circunstâncias diversas do Mofra/Oscal, o projeto acabou se extinguindo, resumindo-se hoje a Cidade da Fraternidade, em uma pequena sede com cerca de 10 casas e um colégio (Educandário Humberto de Campos) que abriga e educa alunos da região de Alto Paraíso-GO, tendo toda a área da fazenda, sido desapropriada pelo Incra e entregue ao MST, estando hoje, totalmente descaracterizada dos objetivos originais.
Quando estes problemas começaram a tomar vulto (final dos anos 70, início dos anos 80), o GFEIE deixou de ser somente um Departamento de apoio e passou a ser um Grupo Espírita efetivamente.
Estatutariamente o GFEIE é filiado à Oscal, mas segue também todas as orientações da Federação Espírita Brasileira – FEB e da Federação Espírita do DF – FEDF.
A estrutura do GFEIE é composta por coordenações, assim definidas:
- Coordenação de Ação Administrativa – ADM
- Coordenação da Assistência Social Espírita – ASE
- Coordenação de Ação Mediúnica – MED
- Coordenação de Educação Espírita (estudos doutrinários) – EDU
- Coordenação de Ação Fraterna – FRA
- Coordenação Jurídica – JUR
Atualmente a sustentação financeira do GFEIE se dá pelas seguintes fontes de receitas:
- Almoços beneficentes;
- Contribuições por meio de Carnês/Mensalistas, que são contribuições espontâneas realizadas mensalmente por trabalhadores, associados ou simpatizantes da Casa, bem como pela SODEC que se utiliza de algumas de nossas instalações na Asa Norte, como forma a contribuir com o pagamento das despesas correntes;
- Doações, que se diferenciam dos mensalistas por serem contribuições direcionadas para um propósito específico;
- Bazarna Asa Norte e no Paranoá com itens que recebe em doações;
- Cantina e Livraria
- Aplicação Financeira dos valores em reserva
As despesas realizadas visam a manutenção, investimento e apoio às atividades realizadas pelas diversas áreas do GFEIE, envolvendo a Sede na Asa Norte e seu Posto Avançado (com foco assistencial) no Paranoá.
Na Asa Norte totalizam 4 Prédios:
- Campanha do Quilo, Estoque do Bazar, Sala de Ferramentas/Materiais diversos e Evangelização/Mocidade;
- Salas de Reuniões e Estudos;
- Administração, Bazar, Livraria e Biblioteca, Enxoval, Cozinha; e
- Auditório, Sala de passes, Atendimento e Tratamento).
Paranoá temos 5 prédios:
- Casa disponibilizada à empregada, Biblioteca e Brinquedoteca;
- Antigo auditório, Bazar permanente, depósito de materiais;
- Novo Auditório, sala de passes e sala de reunião;
- Administração, Cozinha e Refeitório;
- Salas de evangelização e de Informática.